quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Quando MJ era rei

Ontem, ao assistir o Jornal Hoje, fui informado que Michael Jackson pode perder o rancho Neverland, sua famosa propriedade onde ele construiu seu império como Rei do Pop e um grande parque de diversões para crianças que ele, eventualmente, hospedava para passar um tempo com ele. Jackson está endividado e pode não ter o dinheiro no prazo para pagar seus débitos. Mais uma triste notícia para quem teve o mundo da música aos seus pés.

No mesmo dia, alguns minutos depois, o Multishow passou o programa Bastidores, cujo tema era o lançamento da edição especial de 25 anos de Thriller, o álbum que consagrou de vez o talento de Michael Jackson e se tornou o disco mais vendido de todos os tempos. É curiosa a visão que a mídia tem do cantor. De um lado, um respeito e uma admiração grandes e duradouros. Do outro, uma vontade louca de destruir o astro por seus atos excêntricos. Tudo bem, fatos são fatos. Ele realmente tem uma quedinha pela insanidade, ao julgar suas inúmeras operações plásticas (que ele jura que foram só duas) e sua obsessão em se tornar branco. O problema é que Michael, mesmo com tudo que pode fazer, parece sofrer de uma enorme baixa estima.

Mas esse post não é para discutir ou levantar questões psicológicas sobre as maluquices de Michael Jackson. Eu seria leviano. Mas, sim, para analisar algo fantástico em relação à sua mais famosa obra. Lançado em 1982, mas só descoberto pelo grande público um ano depois, Thriller ainda é uma referência para os amantes da música pop americana. Suas músicas, em especial a trinca formada por Billie Jean, Beat it e a faixa-título, são até hoje adoradas mesmo por quem nem sequer tinha nascido na época. Mas também há outras canções, como Wanna Be Startin' Somethin', The Girl is Mine (com o ex-Beatle e ex-amigo Paul McCartney) e Human Nature que merecem destaque. Com Thriller, Michael Jackson se tornou o grande nome da música negra americana e conseguiu grandes feitos. Um deles foi ser o primeiro artista negro a ter um vídeoclip exibido na MTV nos EUA.

Falando em clipes, um capítulo à parte foi a produção e o lançamento do vídeoclip de Thriller. Querendo fazer algo diferente, Michael Jackson chamou o diretor John Landis para dirigi-lo, após assistir ao filme Um Lobisomem Americano em Londres, dirigido por ele. Os dois realizaram uma obra única, tanto pela duração (14 minutos, algo nunca feito até então), quanto pela inovação de unir o cinema ao vídeo musical. O resultado é que muita gente ficou assustada com o prólogo de Thriller (inclusive eu, admito), onde Jackson vira lobisomem e assusta a pobre namorada. Depois as pessoas ficavam aliviadas ao saber que era só um filme que Jackson está assistindo com uma garota (vivida pela sumida Ola Ray) e, após saírem do cinema, os dois são cercados por zumbis. Michael acaba virando um deles e faz uma dança antológica, que fez muita gente imitar a coreografia. Se as pessoas hoje saem por aí copiando a Dança do Créu, imagina nos anos 80.

O lançamento da edição especial de Thriller pode criar uma nova legião de fãs, além de deixar os antigos admiradores muito felizes. Além das faixas originais, há novas versões dos hits que contam com participação de cantores famosos na atualidade (como Akon e Kayne West) e uma canção inédita. Como bônus, também tem um DVD com os clipes das músicas do disco, incluindo o clássico Thriller. Uma bela aquisição para quem quer saber (ou matar as saudades) do tempo em que Michael Jackson era notícia somente pela (ótima) música e pelos seus passos de dança, e não por acusações de crimes sexuais.

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