sábado, 23 de fevereiro de 2008

Palpites do Oscar

Pois é, o Oscar é amanhã, dia 24, e só agora resolvi escrever sobre ele, que é mesmo o prêmio mais cobiçado, mais desejado do mundo do cinema. Apesar de muita gente desdenhar da cerimônia da premiação, das piadas sem graça na maioria e dos modelitos usados pelas estrelas (o meu favorito é, até hoje, o da Björk de vestido de cisne, em 2001), as pessoas acabam se interessando em saber quem foi o melhor filme, ator ou atriz.

Como faço todo ano, eu acompanho a transmissão do Oscar pela TV (quem sabe um dia não vejo de perto, lá nos EUA?) e chego até a torcer por alguns premiados, mesmo já sabendo que suas chances de ganhar são quase de 100%. Foi o caso do Scorcese, no ano passado, por Os Infiltrados. Como sou muito fã do diretor, achava injusto ele nunca ter ganho o Oscar e ter perdido para gente como Kevin Costner(?!?!) em anos anteriores.

Mas neste ano, há uma sensação de mistério sobre quem a Academia irá entregar a tão sonhada estatueta careca. Apesar da imprensa ter já criado alguns favoritismos, nada está totalmente garantido. Mesmo assim, resolvi escrever sobre os possíveis ganhadores, e arriscar algumas explicações:

Melhor Filme: Onde os Fracos Não Têm Vez está como quase imbatível nessa categoria. O filme, apesar de não ter ganho o Globo de Ouro, venceu a maioria dos festivais que disputou e coroa a bem-sucedida parceria dos irmãos Joel e Ethan Coen, apesar de alguns pontos baixos, como O Amor Custa Caro e Matadores de Velhinha. Mesmo assim, os dois mais acertaram do que erraram em suas carreiras e, desde Fargo em 1997, nunca tiveram tantas críticas positivas. Os únicos filmes que podem estragar a festa dos Coen são Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson, e Desejo e Reparação, de Joe Wright, que ganhou o Globo de Ouro. Mas há uma corrente muito popular por Juno, de Jason Reitman, embora a Academia não premia uma comédia há décadas.

Melhor Diretor: Mais uma vez Joel e Ethan Coen. Há muito tempo que o estilo de direção dos dois irmãos (embora, curiosamente, só Joel é creditado como diretor) é bastante elogiado pelos fãs do cinema. Talvez agora a Academia reconheça o trabalho dos dois e eles saiam com mais um Oscar debaixo de seus braços. Paul Thomas Anderson vem logo na cola deles e também tem chances. Mas pode haver uma zebra e Julian Schnabel, por O Escafandro e a Borboleta, seja o vencedor, já que ganhou o Globo de Ouro este ano.

Melhor Ator: Daniel Day-Lewis, aparentemente, só não leva o seu segundo Oscar se houver uma catástrofe. A interpretação do barão do petróleo inescrupuloso conquistou praticamente todos os principais prêmios do ano. Até mesmo George Clooney, apontado como possível adversário à altura de Day-Lewis, entregou os pontos. Numa entrevista recente, ele se comparou a Hilary Clinton , que provavelmente vai perder para Barack Obama a corrida para ser o candidato democrata às eleições presidenciais nos EUA. Sorry, Johnny Depp. Ainda não vai ser desta vez.

Melhor Atriz: Julie Christie estava há muito tempo esquecida do grande público e fazia apenas papéis pequenos, como a mãe de Brad Pitt em Tróia. Mas ao viver uma mulher que sofre do Mal de Alzheimer em Longe Dela, dirigido pela ótima atriz Sarah Polley, ela voltou a ser reconhecida e tem grandes chances de ganhar o Oscar. Mas há uma corrente para que a francesa Marion Coutillard, que faz uma performance incrível em Piaf: Um Hino ao Amor, leve a estatueta. Tem também quem acredite que a gracinha Ellen Page, que vive a personagem-título de Juno, seja a vencedora. O jeito é conferir.

Melhor Ator Coadjuvante: Se há alguma unanimidade na edição 2008 do Oscar, ela tem nome e sobrenome: Javier Barden. O espanhol é o franco-favorito para ganhar o Oscar de ator coadjuvante ao interpretar o assassino Anton Chigurh em Onde os Fracos Não Têm Vez. Os outros indicados, como o já premiado Philip Seymour Hoffman e o joven Casey Affleck, têm pouquíssmas chances de atrapalhar a consagração de Barden.

Melhor Atriz Coadjuvante: Cate Blanchett pode levar nessa categoria, o que provavelmente não conseguirá na de Melhor Atriz, onde está também indicada por Elisabeth: A Era de Ouro. A composição que faz de uma das fases do cantor Bob Dylan é impressionante e o grande destaque do filme Não Estou Lá, dirigido por Todd Haynes. Quem pode tirar o Oscar de suas mãos é Tilda Swinton, por Conduta de Risco, Ruby Dee, vencedora do Globo de Ouro por O Gângster (filme injustamente esquecido nas categorias principais), ou mesmo a menina Saoirse Ronan, por Desejo e Reparação.

Bem, poderia escrever sobre outras indicações, mas aí o post ficaria grande demais, não é mesmo? Depois do Oscar escreverei minhas opiniões a respeito da premiação. Até lá.

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