domingo, 1 de março de 2009

Oscar se rende à terra de Bollywood

Pois é, mais uma vez descumpri as minhas promessas e deixei de publicar meus textos há bastante tempo. É que tive vários contratempos que acabaram me deixando fora do blog. Mas agora chega de desculpas e vamos ao que interessa.

Como foi no ano passado (e como deve ser nos próximos anos), fiquei acordado até tarde para assistir ao Oscar 2009, com o agravante de que a festa foi no domingo de Carnaval. Acredito que cerca de 95% das pessoas que ficaram em casa naquela noite quis mais é assistir às escolas de samba do que saber quem seriam os vencedores da estatueta careca. Ainda mais porque, por causa das coincidências, nenhuma TV aberta quis transmitir a premiação, preferindo cobrir os desfiles no Sambódromo do Rio.

A cerimônia do Oscar 2009 foi apresentada por Hugh Jackman, que entrou no lugar de Jon Stewart. O eterno Wolverine fez de tudo para mostrar que é versátil: cantou (e não é que ele tem uma boa voz?), dançou, sentou no colo de Frank Langella (um dos indicados a Melhor Ator, por Frost/Nixon), fez dueto com Anne Hathaway e fez piada com os filmes concorrentes no número de abertura. Mas depois, só foi ter mais destaque ao fazer um número com Beyoncé Knowles e os jovens atores de High School Musical 3 e Mamma Mia!, dois musicais que foram sucesso de bilhetreria em 2008. Será que sou só eu que gostava do Billy Cristal?

Houve algumas inovações, como ter um mesmo apresentador para várias categorias semelhantes, além da utilização de atores premiados ns anos anteriores para dar o Oscar ao vencedor deste ano. Interessantes, mas vamos ver quanto tempo elas vão durar.

Quanto aos ganhadores, não houve grandes surpresas. Quem Quer Ser Um Milionário? mereceu os Oscars de Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e os outros cinco que recebeu, em particular o Trilha Sonora, realmente muito boa. Já o recordista de indicações deste ano, O Curioso Caso de Benjamim Button, teve que se contentar com três prêmios, todos técnicos. A Academia parecia não querer premiar um filme que, para muitos, se parece com Forrest Gump. Milk - A Voz da Igualdade saiu com dois Oscars importantes, o de melhor ator para Sean Penn (que desbancou o favorito Mickey Rourke, por O Lutador) e o de roteiro original. Penn, aliás, fez o melhor discurso de agradecimento da noite, onde enalteceu o presidente Barack Obama e criticou a suspensão do casamento gay na Califórnia, além de elogiar e consolar Rourke pela derrota. Kate Winslet, Melhor Atriz por O Leitor, e Penélope Cruz, Melhor Atriz Coadjuvante por Vicky Cristina Barcelona, revelaram algo semelhante ao receber seus Oscars: que poderiam desmaiar a qualquer momento. Se isso acontecesse, certamente entraria para a história da cerimônia. Kate ainda brincou com Meryl Streep, que concorria pelo filme Dúvida, dizendo que ela teria que aceitar que aquele Oscar era dela. O momento mais óbvio, e ao mesmo tempo mais emocionante, foi a premiação póstuma para Heath Ledger como Melhor Ator Coadjuvante, pelo ótimo Coringa que fez para Batman - O Cavaleio das Trevas. A família do astro, morto por causa do mau uso de remédios, subiu ao palco e agradeceu a todos. Muita gente famosa apareceu com lágrimas nos olhos nessa hora.

Assim, mais um Oscar se foi. Fico feliz de que Boyle tenha tido seu reconhecimento no prêmio máximo do cinema mundial pois acompanho sua carreira há bastante tempo e sempre o achei um diretor muito talentoso. Agora, é aguardar a cerimônia de 2010. Jai Ho!

Um comentário:

Unknown disse...

Como sempre uma análise concisa e brilhante. Tem que escrever mais, cara! E eu na hora do Oscar tava ouvindo Fat Boy Slim no carnaval???
Cheers!