quarta-feira, 26 de março de 2008

Era uma casa muito engraçada...

Curiosa a maneira como terminou a oitava edição do BBB, nesta terça-feira. Primeiro porque, como fizeram questão de alardear, não havia um real favorito para o prêmio de R$ 1 milhão. Não foi como no ano passado, onde o Diego Alemão já tinha ganho a disputa um mês antes do fim do programa. Talvez seja porque nenhum dos participantes de 2008 tenha tido carisma suficiente para conquistar o grande público. A cada semana, os telespectadores mudavam de favorito sem muita cerimônia. Como por exemplo a Thati Bione, que chegou a ser apontada como a vencedora por ter um caráter "verdadeiro", mas acabou irritando a vários membros da casa (e, de quebra, a audiência) com seu excesso de choro e sua mania de cantar e falar de forma chata.

Outro que também se perdeu no meio do caminho foi Marcelo, definitivamente o membro mais polêmico do BBB 8. Mal ele entrou na casa, decidiu fazer uma declaração "bombástica" para todos: de que era gay. Só que muita gente não acreditou na sua "saída do armário" porque desde o início ele arrastou sua asa para cima da Gyselle. Tanto que ele acabou confessando estar interessado nela e que vivia uma "fase heterosexual", seja lá o que seja isso. Marcelo também deixou de ser o favorito por decidir brigar com todos na casa, inclusive com sua favorita. É claro que um dos sucessos do programa são os "barracos", que podem tornar os envolvidos erm queridinhos dos telespectadores. Mas Marcelo foi equivocado em sua estratégia e acabou sendo posto para fora da casa bem antes da final.

Além disso, o BBB 8 mostrou que praticamente nenhum dos participantes prezava por sentimentos de companherismo. O exemplo mais claro disso foi a Gyselle, que desde o início parecia estar alheia a tudo e a todos, a ponto de se excluir e ser excluída pelos outros. Mas, inexplicavelmente, ela acabou vencendo todos os paredões que teve que disputar e só veio a perder mesmo na final. De uma certa maneira, ela acabou sendo uma vencedora porque botou todo mundo para trás e saiu da casa R$ 100 mil mais rica.

Por fim, o prêmio era tão imprevisível este ano que foi parar nas mãos de um rapaz que substituiu outro participante em cima da hora e só chamou a atenção quando as belas moças da casa tentaram fazê-lo cair em tentação e trair a namorada, que estava do lado de fora do BBB 8. Rafinha foi, realmente, o grande sortudo do programa. Além de ter ganho carros, computadores, uma moto e vários outros prêmios em gincananas dos patrocinadores, ele levou o cobiçado R$ 1 milhão. O jovem músico pretende lançar sua banda de rock em grande estilo e sua fama (ainda que momentânea) vai ajudar bastante.

Pois é, mais um BBB acabou e, por mais que digam que o reality show já esteja esgotado, ainda é comentado por todo mundo, como escrevi num post anterior. Agora é aguardar a próxima edição em 2009, já anunciada pelo Pedro Bial.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Eddie Murphy: Entre a cruz e a caldeirinha

Na semana passada, a Globo exibiu na Tela Quente a reprise de Mansão Mal-Assombrada, uma tentativa da Disney de transformar um brinquedo de seu parque em uma franquia de sucesso nos cinemas, assim como foi com Piratas do Caribe. Mas o filme, dirigido por Rob Minkoff (um dos diretores de O Rei Leão), mereceu o fracasso retumbante que foi em todo o mundo por não ter uma boa história, é sem graça e não tinha um personagem carismático como Jack Sparrow de Johnny Depp.

Por que estou escrevendo sobre esse filme? Porque ele é uma espécie de símbolo do que se tornou a carreira de Eddie Murphy nos últimos 15 anos pelo menos. No post que escrevi sobre o Oscar, comentei que o ator não consegue fazer um bom filme em que ele faz apenas um personagem há bastante tempo e algumas pessoas ficaram contrariadas com a minha observação. Chegaram até a citar filmes que gostaram com ele, como Trocando as Bolas e Um Tira da Pesada. O problema é que esses filmes foram realizados na década de 80. Ou seja, há mais de 20 anos que Murphy não faz filmes que sejam marcantes para o grande público. Talvez a nova versão de O Professor Aloprado, clássico de Jerry Lewis, nos anos 90, seja a última produção que é lembrada com carinho pelos espectadores. Mas mesmo esse filme se vale de uma excelente maquiagem (premiada com o Oscar) e da capacidade de Murphy fazer vários personagens numa mesma cena.

Só que tudo que é demais enjoa e Eddie Murphy (que começou a fazer múltiplas performances em Um Príncipe em Nova York, em 1988), quando não faz um filme em que apareça multiplicado graças a efeitos computadorizados, faz produções infantis como Dr Doolittle e A Creche do Papai. Ele até ensaiou uma mudança em sua carreira ao viver um cantor de temperamento difícil em Dreamgirls, há dois anos atrás. Mas ele caiu em tentação e logo depois surgiu como três personagens no horrível Norbit. Há quem diga que foi por causa deste filme que ele perdeu o Oscar de Ator Coadjuvante, que foi para as mãos de Alan Arkin, de Pequena Miss Sunshine. Murphy também foi premiado, mas com a Framboesa de Ouro este ano, conseguindo a proeza de ganhar os prêmios de pior ator, pior ator coadjuvante e (pasmem!!!) pior atriz coadjuvante pelos três papéis que viveu em Norbit.

Enfim, Eddie Murphy parece que está numa encruzilhada. Ele pode continuar a viver personagens engraçadinhos em filmes infantis ou tentar retornar à boa forma do humor que realizava nos anos 80. Mas por favor, sem precisar ressuscitar O Professor Aloprado ou Um Tira da Pesada, tá?